quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Homenagem aos Combatentes do Ultramar

 A Freguesia de Avintes, no Concelho de Vila Nova de Gaia, reconheceu publicamente o feito dos seus militares que nas décadas de sessenta e setenta combateram nos territórios ultramarinos. 
Num espaço bem bonito e amplo  da Vila de Avintes foi inaugurado, no dia 14 de Setembro de 2013, o Monumento ao Combatente.
Após uma longa batalha de muito trabalho e canseiras os Avintenses não desistiram e, depois de algum tempo, conseguiram levantar este belíssimo mural que ficará para memória futura.

Neste esforço colectivo dos habitantes de Avintes é digno realçar o nosso camarigo Monteiro (Manhiça) que acompanhou todo o projecto e não se poupou em angariar fundos andando de porta em porta.  

Vêmo-lo todo vaidoso junto do seu monumento assim como todos os ex.combatentes de Avintes que de hoje em diante podem contemplar esta obra que honra e dignifica o serviço prestado à Pátria.
Este muro, feito de cubos de granito, foi o escudo das balas do inimigo e protetor de todos os perigos. Apesar deste abrigo mesmo assim houve 10 jovens Avintenses que caíram por terra. Daí os buracos que se observam no mural e cujos blocos se encontram prostrados por terra. Em cada um desses dez cubos está inscrito o nome, a data e a província de cada combatente falecido. 

Aos nossos amigos de Madina Mandinga que cruzarem estas terras de Vila Nova de Gaia  e a Freguesia de Avintes  parem por uns instantes junto deste monumento. Ele também é um pouco nosso.
Quanto à sua localização fica próximo da entrada do Parque Biológico de Gaia e da Associação Cultral e Musical de Avintes "ACMA".

Parabéns a todos os Avintenses e seus Combatentes e ao nosso amigo e preserverante Monteiro.
António Costa 

sábado, 14 de setembro de 2013

ReCoRdAr

Camarigos de Madina.
Faz hoje precisamente, mais minuto menos minuto, que há 40 anos estávamos a "embrulhar". Tivemos o nosso baptismo de fogo, a visita dos "turras", os combatentes do PAIGC.
O silêncio pairava entre nós, os pensamentos eram dirigidos para os que nos eram mais queridos. Quantos de nós murmurava em surdina o nome da nossa amada,recordávamos todas as letras que tinham sido escritas pelas pessoas que povoavam os nossos pensamentos e sentimentos. Era o convívio de junto à vala aguardarmos com serenidade o passar das horas.
Então o momento mais temido e esperado explode qual cão raivoso que se atira à presa indefesa, o matraquear infernal da "costureirinha" a rebentar com os nossos ouvidos, as balas tracejantes que no seu caminho vertiginoso pintavam o negrume da noite africana com a sua cor vermelha, o ribombar dos temíveis RPGs 7 que rebentavam felizmente lá longe.
Momentos de aflição, momentos de angústia, coragem e valor, mas porque não dizer, algum medo.
Passados minutos e depois da grande resposta de todos, o silêncio e a ansiedade para que não houvesse nada de grave o que felizmente aconteceu, salvo umas pequenas escoriações e pisadelas. Tudo passou e foi um pesadelo que foi ultrapassado com toda a bravura.
Para recordar, fiquem bem
Um bem hajam e até sempre.
Monteiro ( Manhiça ).