Felicitações pelo 39º aniversário - Viseu 29JUN2013
Caros amigos
No presente, e no abraço de amizade,
recordar o passado de há 39 anos, é um forte estímulo para a continuidade do
nosso evento, a que chamamos, encontro da família dos amigos de Madina
Mandinga.
Hoje, é festa, e com ela, expressemos
os nossos sorrisos, revestidos de sons e cores diferentes, como são os nossos
trajes neste dia.
Olhar o dia de hoje, é diferenciá-lo
no tempo, no lugar e no momento, como mostram os nossos olhares, tocados de
sentimentos variados, parecendo um sino de bronze que do alto de uma torre ou
campanário, retine, fazendo vibrar frequências sonoras e infindáveis, como
prelúdio da Festa da Amizade.
Ainda hoje, como ontem, sentimos o
calor e o cheiro húmido e doentio do paralelo 38º, de longitude 42º norte, onde
se situa o país africano, “a Guiné”, que nos faz recordar a todos, os desafios
que, o estado de então nos proporcionou em tempos de plena juventude.
Em Lisboa, e ainda manhã,
embarcávamos no navio Niassa, com destino à terra de África, Guiné.
Quem teve a coragem de visionar
aquele momento aparatoso do espaço que envolveu a grande despedida de certezas
e dúvidas, decerto que os olhos lacrimejados, não conseguiram filmar a
realidade, porque o interior de cada um estava distante e muito perto daqueles
que rodeavam o coração e o sentimento.
Uma coisa é certa, é que toda a filmagem ficou
retida do que foi real, mas muito desfocada causada por miragens de
interrogações sem respostas.
A data, dia 13 de Julho de 1973, da
chegada à Guiné, nunca esqueceremos, era também, momento de festa, porque a Mãe
orante de cada um de nós, estava representada na figura espiritual da Mãe Deus,
Maria.
Ao embarcarmos no navio Niassa, cada
um, transportou na idade da vida, o mais duro fardo, carregado de sonhos
desfeitos e dos mais diversos objectivos e pensamentos, aliado a emoções, que o
tempo nunca apagará, porque os trilhos da esperança nunca encontraram o
paralelo cruzado que fazia a força bélica.
Hoje, é o nosso dia de encontro
físico, para comemorar mais um evento de memórias que marcaram profundamente o
nosso espírito de amigos.
Embora, muitas das ausências que,
por motivos vários se façam sentir atendendo a distâncias nacionais, europeias outros
países ou lugares, é sempre, mais um motivo para os recordar, e no abraço amigo
dos presentes, lembrar o amigo mais próximo, não presente, é nossa obrigação e
dever, considerando a justificação dos motivos pessoais.
Hoje, é o dia em que somos um,
independentemente do rumo, porque mais forte do que o rumo de cada um de nós, é
a nossa raiz, a raiz que nos deu a possibilidade da escolha de nos trazer até
aqui.
Hoje, é o dia em que o nosso
património de identidade e de família se fortalece, numa data tão marcante que
todo o mundo celebra, o Ano da Fé.
O
nosso pão,
é a partilha do abraço de corpo apertado, onde o sentimento e o coração se
encontram, para escutar a palavra amiga, e o melhor conselho.
A
mesa,
é o ritual do nosso reconhecimento, para alimentar o corpo e o espírito para
construir o que o fardo pesado nos recusou no tempo passado, e salvaguardarmos
como mais sagrado, o mais profundo de nós.
O
vinho,
são os frutos das colheitas das vindimas a que fomos impedidos de participar,
acarinhar, colher e pisar no lagar.
As
flores,
são as lágrimas e o suor da angústia sofredora, transformada em perfume de
alegria e amizade partilhada.
As
cadeiras,
substituem os desconfortantes bancos toscos, ou toros de madeira simplificada e
sem esquadria, onde os corpos sentados, num simples gesto habitual, se
reclinavam.
A festa é, pois, anterior à
celebração, porque a atitude festiva, “vive-se e expressa-se nela (…) mas não
se esgota ou reduz nela”.
A festa, é um tempo abençoado e
alegre, um espaço comunitário, uma atitude, um estado reservado à manifestação
dos sentimentos primordiais de liberdade e libertação.
A festa, é uma dádiva de partilha de
palavras, recordações, de histórias nunca contadas, de desejos nunca ditos nem recuperados,
de lágrimas caídas pela face e nunca enxugadas por mãos humanas, de sabores
nunca experimentados e nunca sentidos, mas um olhar direccionado na esperança da
sobrevivência do grupo e sua permanência, conjugando assim, a amizade da
família dos Leões de Madina Mandinga.
O homem carrega com a sua história,
um sentido de pertença a um tempo e a um lugar, dignificando e projectando a
sua identidade na conquista do apreço social consolidado em laços que escrevem
a sua própria história.
Neste dia festivo, é sempre bom e
enriquecedor, fortalecer a nossa identidade de pessoas singulares, promovendo o
desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida daqueles que nos são mais
queridos.
Os tempos que vivemos, mostram-se
exigentes e deverão servir para accionar o que de melhor há em cada um de nós,
de forma a garantir e superar os momentos menos bons e, salvaguardar que a
nossa identidade seja vigorosa e inspirada em exemplos de aprendizagem contínua,
dos deveres e direitos da democracia, sabendo respeitar o passado e consolidar
no presente as ferramentas necessárias para serem a nossa esperança e o nosso futuro.
A festa, é também uma forma de
celebrar e fazer crescer os nossos sonhos e ambições para a construção do
quotidiano que, por vezes afigura-se tão escarpado como as rochas, e outras tão
embaladoras quanto as águas dos mares, dos rios e dos lagos.
Finalmente, gostaria de enviar a
todos os presentes e ausentes, um abraço de alegria e muita amizade, porque
momentos que fazem a nossa história, devem ser sempre lembrados e invocados em
qualquer etapa da vida.
Formulo votos para que, o 39º evento,
celebrado no Ano da Fé, em 29 de Junho de 2013, seja renovado com o mesmo
espírito de entusiasmo e espectativa.
Um abraço de reconhecida amizade
para todos.
Ponta Delgada - S. Miguel, Açores - Junho de 2013.
José Graça Gaipo
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Boa tarde, caro amigo António Costa, venho por este meio comunicar que não poderei estar presente no 38º aniversário dos Amigos de Madina. É com muita pena minha não poder festejar mais um aniversário do nosso regresso da Guiné, ficará para uma outra oportunidade.
Sem mais assunto, despeço-me com um grande abraço para todos os Amigos de Madina Mandinga.
Muitos cumprimentos, muitas felicidades e muita saúde são os votos do vosso amigo "Leão de Madina Mandinga".
Ass: António José Reis Caetano
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Mensagem de José L. Borges Rodrigues
Ao iniciar a minha participação naquilo que permanecerá para sempre como a memória dos “LEÕES DE MADINA MANDINGA”, as minhas primeiras palavras não podiam deixar de ser uma grande saudação e o meu muito obrigado a todos aqueles que permanentemente ou por pouco tempo fizeram e fazem parte desta “ENORME FAMÍLIA”.
Ao reler vezes sem conta o “EDITORIAL”, com as palavras vindas do grande coração do Monteiro, também eu quero reafirmar a todos aquilo que sempre vos tenho dito ao longo dos anos nos nossos convívios:
-“NÃO É POR ACASO QUE AINDA PERMANECEMOS LIGADOS E COM ESTA ENORME AMIZADE QUE NOS UNE”.
Por tudo isto e muito mais, sendo este essencialmente um espaço de partilha,quero partilhar convosco algo do qual só um número restrito tem conhecimento, algo que me foi dirigido, mas que eu sinto e sempre senti como um reconhecimento à 1ª CART/BART-6523 no “SEU TODO”.
Não dou muita importância às palavras de cunho Militar, mas dou um enorme relevo a tudo aquilo que refere o que era a nossa “VIVÊNCIA”.
Onde se escreve: “O AMBIENTE DE CAMARADAGEM EXISTENTE NA SUA SUB-UNIDADE IMPRESSIONAVA A QUEM A VISITASSE”, não se deve só a mim, mas a “TODOS NÓS”.
Onde se escreve: ARRANJANDO AINDA TEMPO E DISPOSIÇÃO PARA SE DEDICAR A OUTROS ASPECTOS, NOMEADAMENTE ACTIVIDADES RECREATIVAS COM O INTUITO DE CRIAR NA COMPANHIA UM AMBIENTE SÃO E FAMILIAR”, mais uma vez digo:- não se deve só a mim, mas a “NÓS TODOS”.
Tudo o que está aqui descrito não teria sido possível, nem eu jamais o conseguiria sòzinho. Assim só vos posso reafirmar a minha eterna GRATIDÃO e AMIZADE SEM LIMITES.
Não quero terminar esta primeira participação no nosso Espaço sem um grande Agradecimento e Louvor (não é à moda da tropa) para o grande empenho e dedicação à causa do MONTEIRO e à elaboração admirável e altruista da SARA.
Mais uma vez parafrazeando o Monteiro: - “ORGULHO-ME E TENHO A HONRA DE TER PERTENCIDO A UMA COMPANHIA DE HERÓIS” – A 1ª CART/BART-6523 – “LEÕES DE MADINA MANDINGA”.
José Luis Borges Rodrigues ( ex. Capitão Miliciano )