Um dia destes ao consultar o nosso calendário do mês de Julho deparei-me com duas datas importantes ali assinaladas: o dia 6 e o dia 13.
Corria o ano de 1973, já passaram 41 anos, e todos nós combatentes da 1ª Cart já vestíamos a farda militar. A última semana de Junho e os primeiros dias de Julho de 1973 foram passados junto dos nossos familiares, a gozar os dez dias de licença que eram sempre concedidos a quem embarcava para o ultramar.
No dia 5 de Julho todo o nosso Batalhão já estava concentrado em Penafiel para os últimos preparativos. Depois da celebração de uma missa e do desfile pela cidade de Penafiel tomamos o comboio, durante a noite, com destino a Lisboa.
O dia 6 de Julho de 1973 não esqueceremos nunca. A dor de deixar os nossos ente queridos e o futuro incerto que nos esperava.
No cais de Alcântara o nosso furriel Quinito na despedida |
Muitos de nós quisemos os nosso familiares ali por perto para a despedida. Outros preferiram ficar sozinhos naquela hora da partida. No meu caso pessoal nem aos meus pais disse que iria partir rumo à Guiné. Alguém depois iria conversar com eles.
A outra data assinalada no calendário foi a chegada ao território da Guiné.
Na madrugada do dia 13 de Julho de 1973, depois de um piloto local ter tomado o comando do navio Niassa, entramos nas águas calmas e barrentas do rio Geba, sempre escoltados por uma pequena embarcação da marinha.
Debaixo de um sol tórrido e de temperaturas elevadíssimas, ficamos algumas horas ao largo do porto de Bissau a aguardar o transbordo para uma LDG que nos traria até ao cais. Não esqueço as coca colas, em lata da USA, que se beberam no interior da embarcação de guerra.
Finalmente pelas 13H15 pisamos a terra da Guiné
Depois do nosso encontro/convívio deste ano em Leiria, onde tudo o que se passou em Madina Mandinga vem à conversa, aqui ficam estas duas datas para relembrar.
António Costa