A equipa de padeiros era constituída pelo especialista 1º Cabo Martins e pelos ajudantes Sousa, Fuzeta e Martins.
Mais uma história, do dia a dia da nossa saga por terras Africanas, em chão Mandinga, nos anos longínquos de 73/74.
Desta vez, os protagonistas são 4 homens que na sua vertente civil, o mais próximo que estiveram dum forno foi nas padarias das suas aldeias, pois nenhum deles era padeiro profissional ou amador, mas que na sagacidade de alguém foram escolhidos para serem os padeiros da companhia.
Em boa hora foram eleitos, pois cumpriram com zelo, eficácia, brio e profissionalismo a missão que lhes foi imposta. É de realçar a qualidade do pão que lá comíamos.
Mas, como tudo na vida tem um começo, a elaboração do pão tinha o seu início pelas 3,30 horas da matina e essa tarefa era executada, com mestria e zelo, pelo Sousa o "Padeiro", um dos tais que foi arregimentado para a padaria. Ele era o técnico do forno e disso se gabava.
A dita tarefa consistia em acender o forno com a lenha que era diariamente apanhada pelos soldados que estavam adstritos a esse serviço. O forno tinha que estar bem quente de modo a atingir a temperatura ideal para cozer o pão.
Mais tarde lá se punha a farinha na maceira, com o "crescendo" e mais os outros ingredientes e toca a amassar para que levedasse e fosse para o forno.
Entre as 6 e as 6,30 horas, começavam a sair os primeiros pães, (quantas vezes comi desta primeira fornada, quando vinha da escola depois de uma noite mal dormida).
Eram várias as fornadas, pois diariamente saíam do forno 180 pães, denominados casqueiros. A tarefa dos padeiros terminava pelas 9 horas e depois disso não faziam mais nada (santa vida).
Eram várias as fornadas, pois diariamente saíam do forno 180 pães, denominados casqueiros. A tarefa dos padeiros terminava pelas 9 horas e depois disso não faziam mais nada (santa vida).
Algumas vezes os cozinheiros aproveitavam o forno ainda quente para confeccionar o rancho. O frango assado era lá que se preparava e outros petiscos.
Os padeiros, bons malandros, como qualquer militar que se prezasse, guardavam sempre uma dúzia de casqueiros na sua arrecadação, pois se houvesse alguma tainada, a sua contribuição era o pão. Também se algum amigo precisasse eles sempre lhe davam, ou então, quiçá para pagar algum favor a alguma "bajuda" mais afoita e atiradiça que rondasse o local, quem sabe, mas este item ficará para sempre nas calendas das suas memórias.
Por hoje é tudo,
fiquem bem e um bem hajam por me aturar.
Monteiro (manhiça)