Socorrendo-me do diário de guerra do nosso camarigo FurMil Costa e do acervo fotográfico do FurMil Patrício "Pastilhas" que nos prendou com este conjunto de fotos, vou tentar, não só descrever mas também fazer toda a sequência fotográfica do "Modus Operandi" dos procedimentos e precauções que envolveram o levantamento da 1ª. mina e que foi realizada, com sucesso, pelo nosso homem FurMil Gaipo, habilitado com o curso de Minas e Armadilhas. Esta mina foi detectada, em 17/09/1973, pelos "picadores" da secção do FurMil Madrugo quando procediam à picagem do caminho entre o quartel e a estrada de alcatrão, já bem próximo do cruzamento da estrada Nova Lamego-Pitche. O engenho explosivo terá sido ali colocado na altura do 1º ataque ao quartel de Madina, na noite de 14 de Setembro de 1973, pelas 22,30 horas.
Foi um ataque feroz e forte perpetrado pelas forças inimigas do PAIGC e que foi o nosso baptismo de fogo. Felizmente não houve consequências de monta para as nossas forças, apenas alguns danos materiais e muito stress.
No local onde se encontrava o engenho foram dadas todas as ordens aos 2 pelotões que participavam nesta operação, tendo sido montado um círculo de segurança num raio de 30 metros. A comandar toda esta operação estava o Alferes Teixeira, como se pode ver pelas imagens (1º e 2º passo).
pelotão segurança aos picadores que vão à frente||1ºs procedimentos para levantar a mina-1º passo
desvio de toda a terra envolvente à mina - 2º passo|| o Gaipo concentrado no trabalho - 3º passo
o caixote já se torna visível - 4º passo|| últimos preparativos para a retirar - 5º passo)
o Furriel Gaipo está muito confiante - 6º passo|| anulado o efeito da mina poder explodir - 7º passo
mina pronta a ser retirada do buraco - 8º passo|| o troféu pronto a ser transportado para o quartel - 9º passo
Como é visível nas fotos, o Gaipo teve o seu momento de heroísmo, pois como os "artistas" de minas e armadilhas, diziam eles, só se enganavam duas vezes - era a primeira e a última. O nosso Zé Gaipo, olhou, suou, mexeu, desviou a areia com a colher de pedreiro, meteu a faca de mato para ver se não havia nada engatilhado, limpou tudo muito bem e com uma corda de sisal, de cerca de 30 metros, amarrou-a a uma das alças que servia de transporte, e com o devido cuidado, passou a corda sobre a caixa, e por detrás de uma árvore, puxou a corda, esperando qualquer retardamento na explosão, e passados 10 minutos, foi observar o desvio da mesma. Vendo esta, reparou que o detonador estava solto e não oferecendo qualquer perigo, procedeu ao levamento da mina para alívio de todos.
Neutralizada a dita mina, foi recolhida qual troféu que recompensa os heróis por grandes feitos, mas que faria grandes estragos se fosse activada por qualquer viatura com consequências gravíssimas para as nossas tropas.
Já no quartel, a mina foi observada ao pormenor, isto é, foi pesada (cerca de 15 Kgs) e medido o detonador (cerca de 12cm por 1 de diâmetro), sendo posteriormente elaborado o respectivo relatório para os efeitos convenientes.
Para o Gaipo vai o nosso agradecimento de toda a família de Madina por este acto de bravura.
Neutralizada a dita mina, foi recolhida qual troféu que recompensa os heróis por grandes feitos, mas que faria grandes estragos se fosse activada por qualquer viatura com consequências gravíssimas para as nossas tropas.
Já no quartel, a mina foi observada ao pormenor, isto é, foi pesada (cerca de 15 Kgs) e medido o detonador (cerca de 12cm por 1 de diâmetro), sendo posteriormente elaborado o respectivo relatório para os efeitos convenientes.
Para o Gaipo vai o nosso agradecimento de toda a família de Madina por este acto de bravura.
Um bem hajas e um forte abraço, Monteiro (Manhiça)
Nota: recordamos que na nossa permanência em terras da Guiné ainda tivemos uma outra mina, precisamente no mesmo local onde tinha sido colocada a 1ª e também após o 2º ataque ao quartel, em 06/12/1973, tendo igualmente sido levantada pelo Furriel Gaipo sem incidentes.
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