Hoje ouvindo e sentindo a chuva lá fora, deu-me uma saudade dos meus amigos de MADINA.
Comecei a rebobinar a K7 das minhas memórias e fui parar, como não podia deixar de ser, a Madina Mandinga.
Lugar de saudades, alegrias, enfim, um lugar que me marcou e entranhou nas minhas e nas vossas memórias.
Lugar de saudades, alegrias, enfim, um lugar que me marcou e entranhou nas minhas e nas vossas memórias.
É costume dizer-se que a saudade não é sinónimo de que estamos separados, mas sim de quem esteve juntos, e nós estivemos todos em Madina.
Lembro-me de todos os Camarigos, uns mais do que outros. Recordo mais aqueles que me eram próximos. Vejo o filme daquilo que por lá passamos: - os grandes jogos de futebol, os lautos almoços e jantares na messe, regados a bom vinho e rematados pelo infalível CHIVAS, que iam dar numa dor de cabeça causada pelos vapores etílicos de tão grandes paródias.
As infindáveis conversas que se tinham junto à vala, sob o luar que só em África existe, onde impreterivelmente iam resvalar para as nossas famílias que muito sofriam cá pelo burgo.
As infindáveis conversas que se tinham junto à vala, sob o luar que só em África existe, onde impreterivelmente iam resvalar para as nossas famílias que muito sofriam cá pelo burgo.
As cartas que se escreviam, com sofreguidão e amor, para os familiares e principalmente para a mulher que povoava os nossos sonhos do dia-a-dia e que na volta trazia novas de quem mais gostávamos. Como sabia bem ler as palavras apaixonadas e que eram um conforto para o nosso coração. Palavras essas que grande parte ainda continham manchas das lágrimas por cima delas derramadas, que na altura eram a tradução livre e cabal das nossas saudades. Eram o clímax dos nossos sentimentos.
Era o saber ouvir os problemas de alguns e também desabafar para outros os nossos próprios. As partidas que se faziam e que eram próprias de moços ainda muito imberbes, mas à força feitos Homens. O Silvinha era um dos nossos preferidos. O meu querido Madrugo que tanto me aturou, mas como bom Alentejano e de boa cepa que é, tudo me perdoava, principalmente depois dos vapores se terem dissipados dos meus neurónios.
E que dizer dos enfermeiros - o Monteiro que me tratou do paludismo, as mesinhas do Freitas e os remédios altamente do Pastilhas.
E que dizer dos enfermeiros - o Monteiro que me tratou do paludismo, as mesinhas do Freitas e os remédios altamente do Pastilhas.
Bem, desci à terra, já desliguei e agora reparo o quanto me alonguei sem nada dizer, mas isto são desabafos de quem pouco já vive dos sonhos e agora já vive mais das recordações.
Fiquem bem, um bem hajam.
Monteiro (Manhiça)
P.S. - Fiquem com uma linda imagem da minha cidade.