IN MEMORIA –
QUEM FOI ?!.....
José Luís Borges Rodrigues
Nasceu em 10 de Janeiro de
1948, na maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa.
Filho primogénito de Luís Emílio Rodrigues e de Ema Borges Rodrigues.
Seus pais, oriundos do concelho
de Caminha, Vila Praia de Âncora, Norte de Portugal, vieram residir em Lisboa,
na Av. Manuel da Maia - Lisboa.
Seu pai, constituiu-se empresário
das fábricas de iogurtes - Veneza e Bom
Dia, com sede na Rua de Poços Negros, em Lisboa.
Na sua infância, José Luís Borges Rodrigues, frequentou o Colégio
S. João Deus, em Lisboa, onde fez todo o seu percurso escolar como aluno
distinto, até ao ingresso em engenharia no Instituto Superior Técnico de Lisboa.
Ingressou, no ensino universitário, do Instituto Superior Técnico, na
área de engenharia Química e Laboratório, curso este, que ao 3º. ano teve de
interromper por motivos imperiosos, para o cumprimento de serviço militar
obrigatório, no período de 1971 a 1974.
Na sua vida militar obrigatória, iniciou a recruta em Mafra, e dada
a alta classificação militar obtida, foi para Luanda, Angola, onde realizou
estágio militar.
Após a sua graduação de, Alferes
para Tenente Miliciano, foi colocado em Penafiel – Quartel de Artilharia 5 -
aquando da formação de batalhão de artilharia e com destino à província da
Guiné.
Depois de graduado na patente
de capitão miliciano para comandar a 1ª. companhia do BART 6523, (Batalhão de
Artilharia), embarcou com as suas tropas em Lisboa, no Navio Paquete - Niassa, na data de 6 de Julho de 1973.
Com a queda do regime, no 25 de Abril, regressou da Guiné em finais
de Setembro, depois de concluídas todas as formalidades obrigatórias e
exigíveis e relativas às suas responsabilidades militares (liquidatária).
Na passagem à sua vida civil,
trabalhou na Fábrica iogurte Veneza, empresa familiar, tendo à sua
responsabilidade a área de laboratório e análises de produtos lácteos, bem como
toda a parte administrativa, e a responsabilidade de mercado comercial e
comunicação empresarial.
Com as crises pós 25 de Abril,
as empresas começaram a ser ameaçadas pelos trabalhadores na relação de
empregados e patrões, e que o bom senso, obrigou a novas alterações estatutárias
na constituição de nova empresa e sociedade, que mais tarde, e após uma boa
avaliação, foi na sua agregação a outra congénere, vendida.
Conhecida a eficiente relação
empresarial e comercial, José Luís, foi então convidado por empresas de frio e
de renome em Portugal, sendo destacado como principal responsável, sendo-lhe
atribuída residência própria e efectiva, em Santarém, empresa da qual serviu bons
anos, e se aposentou aos 65 anos de idade.
Gozava da sua aposentação,
residindo em Santarém até à data do seu falecimento, ocorrido em 30 de Maio de
2019, com a idade de 71 anos.
Foi casado e teve filhos,
entre os quais o Filipe e o Bernardo Rodrigues.
Na sua vida cívica e social,
com facilidade fazia amizades, independentemente dos graus ou níveis sociais ou
culturais, procurando sempre ajudar os outros na resolução de problemas e
dificuldades.
No cumprimento do serviço
militar, na Guiné, o seu lema e ideal, era o compromisso de trazer todos os
seus homens de regresso, e entregá-los sãos e salvos às suas famílias.
Era sua preocupação diária o
estado de saúde, e que a todos não faltasse o pão de cada dia, mesmo que fosse
na sua forma simples.
A todos compensava com uma
merenda, e do seu próprio bolso, quando regressados dos patrulhamentos relativo
às áreas onde estavam sedeados em Madina Mandinga.
Era alegre, afável, sempre
pronto ao convívio e ao canto. Era um verdadeiro apreciador do fado e de forma
especial, aqueles que lhe transmitiam sentimentos afectivos.
No desporto, o seu favorito
era o Sporting Clube de Portugal, de que foi sempre sócio.
Falar no e do Sporting, era
ouvi-lo transmitir factos históricos, onde o seu olhar alegre de sorriso
simples, nunca fazendo juízes de valor quando perdia ou ganhava.
Muitas coisas boas, ficaram
recordadas na memória de quem com ele conviveu, e que merecem um agradecimento
bem sentido e valorado.
A todos e em todos, fez amigos
uns dos outros, e ainda hoje, esta mesma amizade, persiste.
Foi um cristão carregado de
caridade nas suas acções terrenas, procurando sempre o bem dos outros, não
discutindo na praça pública os seus sofrimentos relativos aos seus pertences ou
heranças nunca gozadas nem requeridas, mas procurou sempre satisfazer-se com o
pouco do muito que poderia usufruir, e que nunca lhe passou pelas mãos.
Finalmente, morreu simples,
humilde e pobre, e o Senhor Deus, acolheu-o também com a simplicidade do seu
sentimento humano e, de coração aberto para receber a paz espiritual.
O seu corpo, repousou em
câmara ardente na igreja Paroquial da Portela, Lisboa, sendo depois cremado, no
dia 1 de Junho de 2019.
No seu funeral a “Família de
Madina Mandinga” estava lá e bem representada pelo Manuel Monteiro e ainda por
outros Madinas que tiveram conhecimento, como o Baptista, o Brandão, o Fernando
Santos, o Freitas (bagabaga), o Barbosa.
Que o Senhor lhe dê a Paz
eterna e a glória merecida.
José Graça Gaipo