José Luís
Borges Rodrigues
10 - 01 -
1948 *** 30 - 05 - 2019
1º ANIVERSÁRIO
Em
tempo de Pentecostes, o Espírito de Deus sopra sobre toda a Orbe e renova tudo
em todas as coisas.
A
Igreja veste-se de vermelho, tom festivo para celebrar o Pneuma de Deus na
alegria de um novo tempo, mesmo, estando as portas fechadas e trancadas com
ferrolhos de segurança, como cita o Evangelho de S. João, 15,26-27:16,12-15.
Em
tempo de pandemia, em que a humanidade fez silêncio de Deus, hoje a Igreja faz,
“ memória” da missão do Espírito Santo Paráclito, que infunde no homem a
possibilidade de compreender e melhorar os ensinamentos, para que as relações
humanas e sociais se pacifiquem no Teologal da fé, do amor e da caridade, na Esperança
de novas coisas e soluções de vida.
Neste
tempo ainda tão deprimido, sobressai a lembrança memorial do 1º aniversário de alguém, que para
todos nós, os amigos de “Os Leões de Madina
Mandinga”, são, e continuam a marcar a saudade da amizade de homens que
falavam e falam a mesma linguagem, pensamento, espírito de vida, de partilha em
sentido comum e de entreajuda social.
Quando
há amizade, a morte não consegue separar totalmente as pessoas, e quem parte
continua vivendo na memória de quem fica, é o caso justificado do memorial que
hoje também recordamos com devido apreço.
Quem já partiu, merece que celebremos seu aniversário
e a importância que teve na vida de muitos amigos e não só.
O Capitão, José Luís Borges Rodrigues, tinha no seu ADN
a força do Espírito Santo, porque percebia a razão das coisas, as dificuldades
de cada homem ao seu cuidado, nunca transportando nem desfazendo responsabilidades
que sobre ele estavam incutidas.
Na qualidade de comandante em missão
bélica, o seu trato humano, não tinha
nem usava de diferenças, facto visível aos olhos humanos, mas, actuava sempre
na melhor atitude e segurança de vida daqueles que estavam à sua inteira
responsabilidade.
Recordar o abraço de sentido pesar, é sempre mais a saudade que ficou, e este, é um momento também triste e difícil,
quando a família dos Madina Mandinga
recordam a perda de um ente muito querido e amigo.
As palavras, são sempre curtas e difíceis, mas o tempo, esse
trará para além da eterna saudade, a lembrança do sofrimento humano, quando
impedido de realizar novas coisas e projectos de vida.
Hoje e agora, dentro da pandemia que também nos acompanha (ou) durante três
meses, faz surgir um tempo novo de vivências, e por isso, erguer a cabeça e
seguir em frente, é a coragem corrente de novos acontecimentos, desafios e
projectos que irão surgir, e que ajudarão a limpar a nuvem cinzenta que
recentemente nos feriu fazendo perecer muitos amigos.
A dor e o luto, não nos tira do olhar e do pensamento, a luz da
esperança, porque as lindas memórias que ele Zé Luís, deixou no nosso seio familiar,
militar e cívico, são o contínuo sol que se levanta para em cada manhã e
momento, fazer nascer um novo dia em nossas vidas.
No coração
florido, fica a Saudade, porque a saudade é não saber, o que fazer com os dias
que se tornam longos.
É não saber, como encontrar tarefas que cessem o
pensamento, e como frear as lágrimas diante de uma música que se escuta,
trazendo à memória os bons momentos da
vida e das amizades, que ao longo dos tempos se criou, e ainda, é não saber,
como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Os que partem antes de nós, concluíram a sua tarefa e
estão livres dos tormentos da vida terrena mas, como nos amaram, continuam
ligados a nós não só pelo pensamento, mas também pelo sentimento, pela afeição,
que nos dedicaram.
Eles vivem, e esperam-nos para o reencontro, mesmo sabendo, que um dia a vida acaba, ninguém está
preparado, para perder alguém de quem amamos.
A saudade, eterniza
a presença de quem se foi.
Com o tempo, essa
dor aquieta-se, e transforma-se em silêncio que espera pelos braços da vida de
um dia reencontrar.
Não há adeus mais
difícil do que aquele, que sabemos que é para sempre.
Vistamos ainda o
luto eterno, pois a sua partida deixou-nos uma saudade e um vazio infinitos em
nossas vidas.
Quem partiu, segue
vivendo na nossa saudade, e com muito carinho na nossa memória.
O capitão Zé Luís Rodrigues, partiu, e a saudade ficou para nos lembrar, que as
memórias e as amizades, a morte não conseguem roubar, porque a saudade com
o tempo, deixa de doer e vira a eternidade.
A saudade da alma é eterna, porque nada é para sempre,
mas a saudade é eterna, é a ponte que liga ao passado, o presente e o futuro,
eternizando sentimentos, porque a saudade é o sentimento que tem o poder de
eternizar pessoas dentro de nós! “Enquanto existir lembrança, a saudade é
eterna.”
A amizade, é a mais valorosa das
conquistas, pois entre tantas vitórias, Deus presenteou-nos com a dádiva de nos
fazer e tornar conhecidos, e desse encontro temporal, fez-se um elo de
respeito, fidelidade e lealdade.
Não são as coisas bonitas que marcam
as nossas vidas, mas sim, as pessoas que têm o dom de jamais serem esquecidas
porque a amizade gera afeição, compromisso de vida nas grandes dificuldades de
momentos difíceis em tempos passados e inesquecíveis.
Depois de algum tempo, aprende-se que
as verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias, e o que
importa não é o que o temos na vida, mas quem temos na vida.
Aprendi, que o tempo cura, a mágoa
passa, a decepção não mata, o hoje, é o reflexo de ontem, e os verdadeiros
amigos permanecem, enquanto os falsos, vão embora, graças a Deus.
Hoje, o Lamento recai de novo no pensamento do 1º. aniversário que a muitos de
nós marcou um peso em encontrar conforto na sua memória, porque a saudade traz
conforto quando na vida diária, lembramos a importância e a falta, na perda do
grande amigo, Zé Luís Borges Rodrigues.
Que neste tempo de Pentecostes, ele repouse na tranquilidade do sono da Paz
eterna de Deus Pai.
José Graça Gaipo
Ponta Delgada- 28-Maio 2020
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