Para
haver um reguila, tem de haver um TÓTÓ, para um vigarista, tem de haver um
simplório - é a lei da compensação, tem de haver sempre um mais e um menos.
Neste caso, não foi um simplório que quis comprar
a Estação Ferroviária de S.Bento, no Porto; nem a Torre dos Clérigos, menos
ainda a Ponte D. Luís I, não, foi simplesmente uma partida de 3 pseudo-reguilas
- Pedro, Fernando e Monteiro (Manhiça), quais vigaristas à procura do incauto,
sempre com uma "muleta", neste caso o TiBrito.
Cenário:
barco de transporte de tropas "NIASSA", ida para o teatro de
operações da Guiné;
Apanhado
(ingénuo): FurMil. Gaipo, oriundo de S.Miguel nos Açores, qual cordeirinho, rapaz
bom, sem ponta de maldade, a quem é contada a história, não da desgraçadinha,
que coitada tem de andar no gamanço para sustentar o seu filho
"Trebecloso", mas sim uma história de mau feitio e de um militarismo
puxado até ao limite, praticado pelo Homem Grande da Guiné; SPÍNOLA.
Os quatro, qual seita obscura e tenebrosa,
pensaram e engendraram um plano para carecarem, é o termo, o Gaipo e então
contaram-lhe uma história de que o Pedro era ajudante exímio da sua amada
esposa, cabeleireira afamada das melhores cabeças reinantes da linha de Cascais
e Parede, e com a sua vasta experiência iria fazer um corte de cabelo
simplesmente espetacular.
Então o nosso amigo Gaipo que ostentava um cabelo
compridinho e também com o reforço dos três malandros, já referidos, e segundo
estes ele não podia entrar na Guiné com o cabelo grande, e então aparece o tio
Brito a forçar a ideia maluca prevenindo-o que tivesse cuidado, pois
normalmente o Spínola, está à chegada das tropas, e pode ser um cabo dos
trabalhos com essa tua cabeleira.
Montado todo este cenário o Gaipo lá acreditou e
então acedeu a que o Pedro lhe cortasse o cabelo. Foi um farrabadò, pois
deram-lhe umas tesouradas que ficou com o cabelo horroroso cheio de machadadas.
Pudera, foi risota e muita gargalhada, até o
Brito gozou à farta e à brava.
Lá conseguimos que o nosso homem das canções
alinha-se neste grande disparate de se deixar envolver nesta tragédia.
Sabemos que o rapaz ficou muito triste com tal
situação e segundo ele não gostava nada de se ver ao espelho quando fazia a
barba, desejando ardentemente que o cabelo lhe crescesse bem e depressa.
Mas afinal tudo passou. Ainda hoje quando o Pedro
o encontra diz sempre: Oh Gaipo, então o teu corte de cabelo, estavas ou
não giríssimo? É só gargalhadas de malucos.
Isto foi mais um apanhado da família de Madina.
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