sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O TOSQUEADO



Para haver um reguila, tem de haver um TÓTÓ, para um vigarista, tem de haver um simplório - é a lei da compensação, tem de haver sempre um mais e um menos.
Neste caso, não foi um simplório que quis comprar a Estação Ferroviária de S.Bento, no Porto; nem a Torre dos Clérigos, menos ainda a Ponte D. Luís I, não, foi simplesmente uma partida de 3 pseudo-reguilas - Pedro, Fernando e Monteiro (Manhiça), quais vigaristas à procura do incauto, sempre com uma "muleta", neste caso o TiBrito.
Cenário: barco de transporte de tropas "NIASSA", ida para o teatro de operações da Guiné;
Apanhado (ingénuo): FurMil. Gaipo, oriundo de S.Miguel nos Açores, qual cordeirinho, rapaz bom, sem ponta de maldade, a quem é contada a história, não da desgraçadinha, que coitada tem de andar no gamanço para sustentar o seu filho "Trebecloso", mas sim uma história de mau feitio e de um militarismo puxado até ao limite, praticado pelo Homem Grande da Guiné; SPÍNOLA.
Os quatro, qual seita obscura e tenebrosa, pensaram e engendraram um plano para carecarem, é o termo, o Gaipo e então contaram-lhe uma história de que o Pedro era ajudante exímio da sua amada esposa, cabeleireira afamada das melhores cabeças reinantes da linha de Cascais e Parede, e com a sua vasta experiência iria fazer um corte de cabelo simplesmente espetacular.
Então o nosso amigo Gaipo que ostentava um cabelo compridinho e também com o reforço dos três malandros, já referidos, e segundo estes ele não podia entrar na Guiné com o cabelo grande, e então aparece o tio Brito a forçar a ideia maluca prevenindo-o que tivesse cuidado, pois normalmente o Spínola, está à chegada das tropas, e pode ser um cabo dos trabalhos com essa tua cabeleira.
Montado todo este cenário o Gaipo lá acreditou e então acedeu a que o Pedro lhe cortasse o cabelo. Foi um farrabadò, pois deram-lhe umas tesouradas que ficou com o cabelo horroroso cheio de machadadas.
Pudera, foi risota e muita gargalhada, até o Brito gozou à farta e à brava.
Lá conseguimos que o nosso homem das canções alinha-se neste grande disparate de se deixar envolver nesta tragédia.
Sabemos que o rapaz ficou muito triste com tal situação e segundo ele não gostava nada de se ver ao espelho quando fazia a barba, desejando ardentemente que o cabelo lhe crescesse bem e depressa.
Mas afinal tudo passou. Ainda hoje quando o Pedro o encontra diz sempre: Oh Gaipo, então o teu corte de cabelo, estavas ou não giríssimo? É só gargalhadas de malucos.
Isto foi mais um apanhado da família de Madina.

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