hoje, em mais uma escrita de nostalgia e para alegrar as nossas mentes, e com o passar do tempo já vão ficando enevoadas, fruto do cacimbo que por lá apanhamos, mas também pelos muitos anos que já passaram, vamos recordar as nossas lavadeiras. As nossas queridas "bajudas" que jovens ou menos jovens, foram de uma ajuda extraordinária.
Havia-as de todos os feitios e beleza. Eram novas, velhas, feias, bonitas, peitudas, enfim podíamos escolher qual a que mais nos servia para tratar e cuidar da nossa roupa.
As nossas amigas lavadeiras eram de Madina Mandinga, mas muitas vinham diariamente da tabanca vizinha de Ieromaro, a não ser que o IN estivesse na nossa zona e então nem punham lá os pés, o que para nós até era um alerta.
Era certo e sabido que de quando em vez, lá desaparecia uma peça de roupa, sendo a mais usual uns slipes que na altura era "manga de ronco".
Passavam trabalhos imensos para levar a sua empreitada a bom porto. No tempo seco era um tormento arranjarem água para lavar a roupa, mas como havia certos privilegiados que tinham sempre água armazenada em bidões, então só a concediam às suas lavadeiras e em troca eram arranjados alguns favores (não pensem em asneiras), tais como descontos no preço, roupa bem dobradinha e dada a ferro, etc..
Os preços eram variados, pois havia uma hierarquia. Para o Capitão o preço era mais elevado. Os Alferes pagavam um pouquito menos. Já os Sargentos tinham um desconto maior e os Soldados pagavam menos.
As lavadeiras também tinham entre elas um certo estatuto. Assim a lavadeira do Capitão era quase como a 1ª dama das lavadeiras, seguida das dos oficiais. As dos sargentos, não sei porquê, tinham um estatuto aparte, então a de certos Magnórios, tinham sempre água e sabão.
O sabão era muito cobiçado e era distribuído e vendido pela figura do Zé Gato, que com grande mestria fazia quase sempre o milagre da multiplicação, pois de uma barra de sabão dava para imenso retalho.
Esta era a Hima, em 4/11/1973 |
Às nossas "bajudas" das quais todos os militares têm fotos, e que ao fim de estes anos todos ainda são uma recordação da nossa juventude, um muito obrigado. Elas fizeram parte do nosso dia a dia e não há militar nenhum que não se lembre, com saudade e carinho, as risadas alegres, os seus cantares e porque não dizer em alguns casos os seus corpos lindos e achocolatados que nos faziam recordar quem nós tínhamos aqui no Continente.
Aqui fica o meu tributo a quem mais ou menos nos ajudou a mitigar a saudade dos nossos ente queridos. Um bem hajam e um até sempre.
Monteiro, (Manhiça).
Hoje deu-me para ir visitar o nosso blog. Confesso que gostei imenso da homenagem ás lavadeiras. Se não és tu Monteiro a lembrares esses episódios passados na nossa juventude, lá se vão apagando tantas recordações.
ResponderEliminarUm abraço do Freitas (enfº)