quarta-feira, 28 de setembro de 2011

OBRIGADO MAMADU

Camarigos de Madina, esta postagem é para que todos nós, 1ªCart do Bart 6523, tenhamos um momento de interioridade e reflexão, para nos lembrarmos e dizermos todos a uma só voz, Obrigado Mamadu. Muito devemos a este homem que sempre acreditou no que lhe ensinaram desde menino, "és português", e ele sempre o foi. Muito nos ajudou, pois quem era de nós que quando íamos para patrulhas, pelas densas matas do Gabu e não se sentia muito mais à vontade, quando o velho Mamadu era o guia. Sempre zelou pelo nosso bem estar, eram trilhos seguros, picadas livres, ele tudo sabia, por isso digo: ENQUANTO OS RIOS CORREREM, OS MONTES FIZEREM SOMBRA E NO CÉU HOUVER ESTRELAS, DEVE DURAR A MEMÓRIA DO BEM RECEBIDO NAS NOSSAS MENTES DE HOMENS GRATOS ( Virgílio ). Para ti Mamadu que tanto nos protegeste, deixo estas palavras: A VIDA DOS MORTOS ESTÁ NA MEMÓRIA DOS VIVOS. Onde estiveres o nosso obrigado e bem hajas. Monteiro ( Manhiça ).

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

FIM DO RAMADÃO em MADINA MANDINGA

A palavra RAMADÃO, está relacionada com a palavra "RAMIDA", possivelmente pelo facto do ISLÃO ter celebrado este jejum pela primeira vez, no período mais quente do ano. É celebrado no nono mês do calendário Islâmico, essa a razão porque não é celebrado todos os anos na mesma data e tem a duração de 29 a 30 dias.
O jejum é efectuado todo o mês e vai da alvorada até ao por-do-sol e, todo o Muçulmano além das 5 orações diárias "SALÁ", têm de fazer uma oração muito especial, chamada "TARAWEEH".
No período do RAMADÃO, é tempo de renovação de Fé, prática mais intensa de Caridade, fraternidade e valores familiares. ((transcrito da Wikipédia))

Pois é Camarigo de Madina, toda esta introdução sobre o Ramadão, foi e é para nos recordarmos de como nós também sabíamos acatar e ter respeito pelas crenças e fé dos povos da Guiné que professavam o Islamismo. Sempre foi preocupação nossa que no período do Ramadão não faltasse açúcar e que as populações fossem importunadas o menos possível, por isso mesmo no fim do Ramadão a festa era de todos, Cristãos e Muçulmanos, como se depreende destas fotos que postamos hoje. O convívio dos militares com as populações e as bajudas com as suas roupas novas "manga di ronco".




Camarigos de Madina, mesmo em lados opostos só existia e existe um só DEUS. Iluminado aquele que buscando Deus, está à procura da felicidade e no encontro com Deus, encontrou-a, pois Ele é a Felicidade.

Um abraço fraterno,

Monteiro (Manhiça)

sábado, 24 de setembro de 2011

O NOSSO HOSPITAL DE MADINA

Olá Camarigos de Madina; aqui está mais uma foto do acervo do nosso camarigo, Ex.Fur.Mil. Costa, foto esta em que se vê o nosso "hospital", casa do "Pastilhas", lugar onde só em último recurso se ia, pois o nosso amigo Pastilhas, o Furriel, por tudo e por nada, nos aplicava uma injecção. Mas era lugar de peregrinação, sempre que se ia a Nova Lamego, pedir aos enfermeiros um frasco de sabão séptico e a bisnaga milagrosa que era eficaz contra os esquentamentos, mulas, sífilis e outras doenças venéreas. Era uma limpeza, prevenia tudo.
Nesta foto de saudade, em que vemos o nosso Alferes Mendonça, queremos prestar tributo aos nossos enfermeiros que sempre nos acompanhavam nas operações. Enquanto os atiradores transportavam a G3, as munições, a ração de combate no bornal e o cantil, os bravos rapazes dos pensos e das pomadas, além do que os atiradores levavam, ainda carregavam com a mochila dos primeiros socorros. Ei-los
- Furriel António Lourenço Patrício - enfermeiro chefe (o Pastilhas)
- 1º Cabo Manuel Augusto Baptista Freitas - auxiliar de enfermeiro
- 1º Cabo Manuel António Sequeira Rodrigues - auxiliar de enfermeiro
- 1º Cabo Joaquim Soares Monteiro - auxiliar de enfermeiro
- 1º Cabo José Maria Carneiro Maia - auxiliar de enfermeiro (já falecido)

Um abraço de saudade, Monteiro ( Manhiça)

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

AEROGRAMA - O BATE ESTRADAS

Camarigos de Madina, este que hoje vos apresento, mais um do acervo do ExFurMil Costa, é talvez, um dos mais importantes camarigos de toda uma geração que passou pelos teatros da Guerra do Ultramar, o célebre " Bate estradas ". Foste lançado pelo Movimento Nacional Feminino (MNF), um movimento criado a 28 de Abril de 1961 por Cecília Supico Pinto e mais vinte e cinco mulheres.

Foste o meio de comunicação mais difundido entre militares, suas famílias e afins. Foste o parceiro, o confidente, o mensageiro das boas e más noticias, por ti passaram encontros e desencontros, amores e desamores, lágrimas e risos, enfim, foste fonte de todos os nossos estados de alma. Foste o sopro inebriante do amor e carinho pela pessoa amada, por ti e em ti foram derramadas lágrimas de felicidade, tristeza, angustia e de muito amor. Foste companheiro nas horas de aperto, pois qual dos militares que não te tinha, no bolso do camuflado, para num momento de descanso ler e beber as palavras de conforto dos seus ente queridos, pais, esposas, namoradas, filhos, madrinhas de guerra, amigos e companheiros.
A ti devemos as maiores alegrias que em plena selva, onde a terra é vermelha, onde o verde é mais verde, onde o sol esquenta mais, podia-mos ter, pois quando tu chegavas por avião, barco ou coluna, sabíamos que era o momento em que os nossos corações mais ansiavam, era a hora em que bebíamos todas as letras que transportavas das pessoas amadas, momentos em que as saudades mais batiam e doíam.
Foste mensageiro, qual cupido, de inicio de muitos namoros, muitos dos quais deram em casamentos, mas também foste mensageiro da desgraça e do desgosto e que para os infortunados de tais noticias eras o principal culpado, daí seres amarrotado, queimado, pontapeado, rasgado e odiado. Fica para o sempre o inicio de quase todos os bate estradas: Queridos pais, (namoradas, esposas, madrinhas de guerra e amigos) espero que este os vá encontrar de perfeita saúde que eu que tanto te ( vos ) ama fico bem graças a Deus.
Amigo e companheiro, muito mais havia a dizer, mas e por tudo que nos deste, um obrigado bate estradas e fica com um até sempre. Monteiro ( Manhiça ).

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

NAVIO "NIASSA"

Ei-lo, garboso e altaneiro, qual gavião dos sete mares, cheio de vida e saúde, visto neste postal, cedido pelo ExFurMil Costa que faz parte do seu acervo pessoal e que para nós é o arquivo da 1ªCart do Bart 6523.
A tua vida foi de glória, pois sempre com a tua força lutaste contra as tempestades, tormentas e oceanos e Adamastores, que povoaram as nossas mentes, foste grande, fizeste parte da saga histórica da guerra do Ultramar, da qual todos os que por ti foram transportados nas tuas entranhas, tem histórias de angustia, frustrações, ansiedade, temor e de alegria. Mas a todos deixaste um sentimento de companheirismo e amizade que ainda era maior quando nos trazias de regresso ao convívio e aconchego dos nossos ente queridos. Mas tudo tem um fim, e o teu, que deveria ser glorioso e acabar os teus dias no campo de batalha, qual valente soldado, campo esse que seria as profundezas do oceano, foi isso sim às mãos dum sucateiro que, como um talhante retalha uma rês, esventrou-te, retalhou-te e deu-te não à eternidade, mas sim aos alto fornos da siderurgia, afinal fizeram contigo aquilo que o Padre António Vieira diz: DEFENDESTE A PÁTRIA, CUMPRISTE O TEU DEVER, A PÁTRIA FOI INGRATA, FEZ O QUE COSTUMA FAZER.

NIASSA, povoarás sempre as nossas mentes, estarás sempre ligado a toda uma geração que à época lutou pela Pátria e por parte de todos que por ti foram transportados de certeza estarás sempre até à eternidade nas suas memórias. Um para sempre Monteiro ( Manhiça )

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

REGRESSO

Camarigos de Madina, voltei. Depois de umas merecidas férias, pois sou, como diz um amigo meu, "GESTOR DE TEMPOS LIVRES", ou seja aposentado, também tenho direito a umas férias, que não só fazem bem ao corpo, como sabem fazem melhor ao espírito e, Camarigos, nós nesta altura do campeonato em que OS DIAS SÃO LONGOS E OS ANOS SÃO CURTOS, temos de valorizar todas as pequenas-grandes coisas que em certa altura da vida, passa por nós e não damos valor.
O que representa para nós uma flor?

Nada, um sorriso de uma criança? idem, o sol? Também nada, um belo entardecer solarengo junto à lareira numa tarde de inverno? uma maçada, mas hoje quando "JÁ NÃO TEMOS IDADE, MAS TEMOS VIDA", são estes pequenos nadas que valorizamos, pois LAMENTAR AQUILO QUE NÃO TEMOS, É DESPERDIÇAR AQUILO QUE JÁ POSSUÍMOS. Camarigos de Madina, deixo-vos com uma foto de uma flor, pois tal como a felicidade não se deve colher e aqui fica para nos alegrar o espírito para que tal como de antanho sejamos homens que saibamos conservar a fé no passado e não nos assustemos com o futuro. Bem hajam, um forte abraço, Monteiro ( Manhiça ).