quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Retalhos de Madina - A BATATA

Já passou um mês e nada de nada. Nenhum comentário, nenhuma estória para nos contar..., mas não estranho. É já um hábito ninguém escrever ou pelo menos ler e dizer Ok - eu li (desculpai este desabafo).
Sendo assim lá tenho eu de escrever e desta vez a referência a uma das muitas tarefas do nosso dia-a-dia em Madina. Este artigo será enriquecido com duas fotos pessoais do nosso "piriquito" nos convívios, o Fernando Martins do 2º. Pelotão. Podemos ver este grupo de Madinas todos satisfeitos, capitaneados pelo Tio Brito, na separação da batata acabada de chegar. Possivelmente já estariam a pensar na batata assada no forno e com o respectivo frango.

Era sempre assim, quando recebíamos frescos, tinha de haver uma selecção prévia às batatas, pois devido ao transporte em barco do Continente e ao clima, apareciam sempre muitas em mau estado. A tarefa da separação da batata boa ficava a cargo do pelotão que naquela dia estivesse de serviço ao quartel.
O dia-a-dia em Madina era muito simples: havia 4 pelotões operacionais. Trabalhavam sempre 2 a 2  e em geral era o 1º pel. (do alferes Mendonça, do Madrugo e eu) e o 3º pel. (do alferes Teixeira, Costa e Soares), que formavam um 1º grupo.  O 2º grupo era formado pelo 2º pel. (do alferes Baptista, Rafael e Gaipo) e o pelotão que estava adido à nossa Companhia, uma vez que o nosso 4º pelotão estava sediado em Dara.
Portanto no 1º grupo operacional, 1 pelotão fazia o içar da bandeira, a limpeza do aquartelamento, o ir à procura de lenha. O outro pelotão fazia a vigilância nocturna em todo o perímetro do quartel.
No 2º grupo operacional os 2 pelotões faziam em conjunto as patrulhas, as seguranças, as colunas a Nova Lamego, Bafatá, Babadinca, etc. E assim iam rodando os grupos e respectivos pelotões.
Havia tempo para tudo - para conversar, para comer, para escrever, ler uns livritos, para beber, para namorar, jogar futebol, enfim ocupar e passar da melhor maneira possível os dias em Madina.
Em referência à tarefa evidenciada nas fotos, esta era uma situação delicada mas saborosa, pois o pessoal já sabia que nesses 2 dias seguintes iam comer batata assada no forno com frango e carne de vaca estufada com batata cosida.

Estes 2 dias seguidos de batatas substituíam o quotidiano dos outros dias em que a alternância da comida era arroz com carne, massa com carne, bife com arroz, arroz com atum,etc.
Camarigos aqui fica um apontamento de um "velho" que à falta de melhor tenta passar para o papel recordações de uma juventude que deixou marcas, mas acima de tudo deixou amizades para toda a vida.Trago-vos no coração, fazeis parte da minha família, até sempre
Um abraço Monteiro (Manhiça) 

1 comentário:

  1. Boa,eu sempre leio,estou mais atento a tropa agora que no tempo dela,um abraço Monteiro e nao desistas, manda sempre as tuas bocas que bem fazem falta mas o pessoal so acorda la para jumho quando chegar a hora do rancho,cumprimentos a todos os camarigos.Adelino Coelho.

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